Artigos sobre R.A. Jinkings

JINKINGS, UM EXEMPLO DE CORAGEM E SOLIDARIEDADE
Amarílis Tupiassú*

5 de outubro amanheceu sob o impacto da morte do Jinkings. Faleceu de forma lenta, sofrida, delicadamente, espalhando tristeza e profunda saudade. Com certeza, daqui para frente, aquela livraria estará meio vazia. Não mais, por entre as estantes, a figura meio bonachona e o sorriso tímido. Agora talvez consigam avaliar o papel que ele desempenhou nesta Belém, neste Estado, sempre às voltas, ele, com a defesa das liberdades, da democracia, num tempo em que liberdade e democracia eram palavras proibidas, perigosas, significavam cadeia e morte. Hoje é muito fácil gritar estas palavras, afirmar milhares de convicções, bater no peito, impostar a voz, levantar bandeiras. Naqueles tempos obscuros, os embates eram muito diferentes. De um quase nada, de um passe podiam advir grandes sofrimentos. Mas, nessa paisagem aterrorizadora, jamais lhe dobravam a coragem, jamais lhe curvavam a cabeça. Ele nunca abria mãos de seus princípios, de suas crenças, dos seus sonhos que requisitavam outro Brasil, mais equânime, mais justo, mais humano. Em decorrência disso, foram muitas as prisões porque bastava o anúncio da vinda a Belém de algum daqueles generais-presidentes e lá se ia ele. E lá ficava a Isa e as crianças em vigílias, os amigos, parentes, em af1ições, à procura de saber, descobrir para onde tinham sumido com o Jinkings. De uma feita ele foi seqüestrado, levado para um Forte em Macapá. Um pesadelo só, lá e em Belém onde não deixaram pistas daquele percurso. "Vi a morte de perto, pensei que não sairia vivo dali", contava. Foram duros aqueles tempos, dias de silêncio compulsório, sobressaltos, medo nos gestos, ameaças no ar, sumiços, assassinatos, inseguranças. Quem viveu sabe o que foram aqueles dias, também no Pará, uma história ainda não escrita. O Jinkings tinha projetos de escrevê-la. Não sei se chegou a alinhavar alguns trechos, algumas notas.
Logo, veio a cassação, a perda dos direitos políticos do cidadão. Foi-se o emprego do BASA, foi-se o salário, sobraria um homem sem identidade social, despojado até dos meios de alimentar a família. Mas o Jinkings manteve-se firme para a abertura de saídas. Passou a representar inúmeras editoras do sul, atividade pioneira, pois naquela época esse comércio era tímido por estes nortes. Jogou tudo nisso. Era a determinação contra a inexperiência. Venceu a determinação. Mas construir a livraria foi outra batalha dura. Primeiro foi a casa, o lar sendo sacrificado na acomodação de livros, mais livros.
A casa invadida ao bel-prazer dos poderes ditados das sombras. Era a imposição da burrice non-sense daqueles militares que, de uma feita, apreenderam o livro “Reunião”, de Drummond, pelo título perigosamente subversivo. Nesse dia, o Álvaro, quarto filho, criança esperta, conseguiu enfiar por debaixo da estante alguns exemplares do Drummond.
(...) Leia o artigo na íntegra clicando AQUI
•Amarílis Tupiassú, professora de Literatura da UFPA, escritora.
Artigo publicado em 07 de outubro de 1995 em O Liberal.

Justa Homenagem (coluna Guilherme Augusto, Diário do Pará)

Se não houver nenhum imprevisto, a feira do livro do Pará vai homenagear o jornalista, comunista, líder sindical e livreiro (Livraria Jinkings) Raimundo Jinkings, falecido em 1995. A homenagem significa mais uma vez o reconhecimento da importância de Jinkings para a retomada da democracia no país, que lhe custou processos, cassação dos direitos políticos e repetidas prisões, e difusão do conhecimento, via livros, no Pará. Em 2012, a Assembléia Legislativa concedeu-lhe o título honorífico de "Cidadão do Pará- post morten". 

Ele vivia entre livros (para o “seu” Jinkings) 
por Ernani Chaves

1976, com certeza, recém-entrado no mundo da filosofia, fui até um sótão abarrotado de livros na Rua dos Tamoios. Disseram-me que lá funcionava uma livraria e que certamente encontraria o que procurava. Encontrei: “A origem da tragédia”, de Nietzsche, na edição portuguesa. O senhor que estava lá sentado, entre os livros, me olhou longamente e com curiosidade, quando lhe estendi o livro e perguntei “quanto é?”. Ele não me respondeu e me fez outra pergunta: “Posso lhe sugerir outro livro?”. Respondi: “Qual?”. E ele, imediatamente, me mostrou um livro de Sartre. Nietzsche por Sartre. Só algum tempo depois compreendi o que significava para ele essa troca: o “nazista” (a imagem muito comum de Nietzsche ainda naquela época, em especial na esquerda)pelo simpatizante do “marxismo”, daquele que um dia escreveu que “o marxismo era o horizonte inultrapassável do nosso tempo”. Fiquei com Nietzsche.
Este foi o começo de nossas longas conversas, que se desdobraram por muitos e muitos anos. “Seu” Jinkings sempre gostava de conversar comigo sobre minhas preferências filosóficas. Nietzsche, Foucault, Freud – ele acompanhava os meus estudos, as minhas pesquisas – sempre lhe pareceram muito suspeitos, ...
(...) Leia o artigo de Ernani, na íntegra,AQUI
Ernani Chaves é graduado em Licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul e doutor em Filosofia pela USP


As Ações de Cidadania do Livreiro Raimundo Jinkings que me atingiram
Salomão Larêdo

Com meus pais e irmãos chegamos a Belém em 1961 e nossa busca por educação e cultura sempre foi o foco, mas as condições materiais  de minha família, quase nenhuma. Meu pai, funcionário da Estrada de Ferro do Tocantins, autarquia federal, em Tucuruí, obtinha, daí,  com seu trabalho honesto, ético  e responsável, o sustento de toda a família: 8 pessoas - ele, minha mãe, Zuzu nossa irmã de criação  e cinco filhos, todos menores de idade: eu aí incluso como o terceiro da prole  -  conseguiu alugar. no bairro da Cremação, periferia pobre de Belém,  um casebre de um só compartimento, coberto de palha, assoalho  de madeira apodrecida  sob muita lama onde os mussuns  e carapanãs faziam festa à noite e nós procurávamos adquirir conhecimento na grande cidade desconhecida e  numa dessas, entro no salão do Grande Hotel – que ainda não tinha sido criminosamente demolido – na avenida Presidente Vargas, centro de Belém. Meio desconfiado, sem jeito, sem um tostão furado no bolso, aproximei-me de uma barraca de ferro, instalado nessa área, uma espécie de hall de recepção,  cheio de livros. Meus olhos brilharam, pois já possuía intimidade com a leitura que cedo aprendi, na Vila do Carmo, município de Cametá onde nasci e pelas leituras que meu pai fazia emprestando livros  de gente conhecida em Tucuruí. Fiquei sabendo que era uma espécie de feira do livro, cujo responsável  seria um  jovem senhor  chamado pelos presentes, de  Jinkings, que eu, claro,  não conhecia. Olhei, saí e gravei o fato e o nome: Jinkings.
foto leila jinkings
Livrariazinha da Jinkings, um espaço cultural

Não estou bem certo se a barraca de livros estava dentro do salão ou na Terrace do Grande Hotel. Peço que dona Isa,  esposa do seu Jinkings,  e cara amiga ,  esclareça ou diga se laboro em  grande equívoco contando um fato que só existe na minha imaginação. Bom. O certo é que audacioso,um intruso social, entrei no hall do Grande  Hotel, um palácio para quem morava num pobre  e humilde barraco do subúrbio, situação que chegou a motivar um colega da faculdade de direito, de família burguesa, famosa, importante e abastada e que morava bem perto do Grande Hotel, de chamar-me de jornalista de  subúrbio. Por preservar valores repassados pela educação que recebi de minha família, não o excluí do relacionamento  até a presente data, e,  esse fato, jamais  arrefeceu  meu ânimo.
Tempos depois, já fazendo o curso de Direito, passei a frequentar a Livraria Jinkings na rua dos Tamoios e me tornei amigo do seu Jinkings e de toda a família e, ...  Leia o artigo de Salomão Laredo, na íntegra, AQUI
(Salomão Laredo é escritor e jornalista)


Feira do Livro: Raimundo Jinkings será homenageado 
Segunda-Feira, 22/04/2013, 07:41:48
Feira do Livro: Raimundo Jinkings será homenageado (Foto: Leila Jinkings/Divulgação)

(Foto: Leila Jinkings/Divulgação)
Além de Ruy Barata, o grande homenageado, outra personalidade importante na atuação política e cultural de Belém, ganhará destaque na XVII Feira Pan Amazônica do Livro, que vai lembrar a vida e obra do livreiro e comunista Raimundo Jinkings, que tem uma trajetória de projeção nacional para o mercado literário e realizou inúmeras ações de incentivo à leitura em Belém. Podemos dizer que a história recente do livro em Belém do Pará, passa por ele.O Seminário Raimundo Jinkings será no dia 4 de maio, no Hangar. Na programação, as palestras: “Raimundo, relato de vida”, por Isa Jinkings (14h às 15h15) e “Jinkings, livreiro e formador”, por Amarílis Tupiassu (15h30 às 17h15). Nascido entre os trabalhadores rurais, no pequeno povoado de Turimirim, distrito do município de Santa Helena, no Maranhão, Raimundo Jinkings chegou a Belém em 1945, aos 18 anos. Era 29 de outubro de 1945, dia da deposição de Getúlio Vargas, provocada por um golpe do Exército, determinando o fim do Estado Novo.
Leia o artigo na íntegra AQUI

Jinkings um exemplo de paraense  


Há gente que permanece viva, pela memória e pelo simples fato de que durante toda vida construiu a verdadeira imortalidade. A da obra realizada, a do afeto, a do companheirismo, pelo profundo amor às coisas da nossa terra e do país. Tudo isto e mais um pouco definem a vida de Raimundo Antonio da Costa Jinkings, amigo e companheiro de velhas batalhas.
Conheci o Jinkings no Partidão, em que ambos militávamos. Ele, voltado para a organização sindical e trabalhadora. Eu, junto com Chico Costa, seu irmão Raimundo, Nelito e outros tentávamos dar forma e conteúdo ao Partido no movimento universitário. Desse modo, como tínhamos a visão de unir todos os movimentos num só organismo, com vistas a um futuro mais democrático e participativo para as amplas massas do país, conseguimos construir algo que era sonhado por todos os grupos de esquerda do país, mas que nunca saía do papel, uma efetiva e real Frente Operária-Estudantil-Camponesa.
Naquele período Belém sofria com constantes falta de eletricidade. Era um problema da capital e do Estado, tanto que candeeiros e lamparinas faziam parte dos utensílios de qualquer casa. Se havia alguma diferença social entre esses úteis objetos, ela ficava adstrita aos materiais de feitura, aos desenhos e aos tamanhos. Uns lembravam a Belle Époque, outros, mais modernos, traziam a marca do ecletismo e do neoclássico. Enfim, com estilo ou sem estilo a falta de luz a todos atingia.
O Governador do Estado, Aurélio do Carmo, era um democrata convicto, tanto que a despeito das tendências atrabiliárias e de direita do corpo policial paraense, conseguia garantir que os movimentos populares tivessem seu curso. A luta nacionalista se acirrava no país todo. Nós, pressionados pela carência energética, defendíamos a solução por meio de pequenas hidrelétricas distribuídas regionalmente. Grupos do governos estadual e federal queriam termelétricas, fornecidas pela ITT, a famosa Bond and Share.
Humberto "Vovô" Lopes, Jocelyn Brasil, Serrão, Bené Monteiro e Jinkings eram a base de nosso comando partidário, sendo que ao Raimundo, por sua inconteste liderança sindical, coube a tarefa de coordenar a área operária e camponesa. Como a correlação de forças políticas era bem desfavorável às nossas teses, escolhemos fazer uma greve para pressionar. Tudo correu bem, tanto que até tivemos uma reunião pública com o Governador Aurélio do Carmo, que nos assegurou que iria estudar a nossa proposta. Uma proposta respaldada em estudos do economista Moacyr Paixão. Porém, no frigir dos ovos, com o advento da "redentora", tudo foi feito como queriam as multinacionais.
Esse ineditismo de movimento e de sucesso, pois, bem ou mal, tínhamos realizado o que desejávamos, mais tarde veio a se voltar contra todos nós. Não porque pudéssemos ou tivéssemos condições de outras grandes atividades, mas, pelo medo que causou na direita golpista do Pará e da região. Ficamos tão envolvidos com a sensação de vitória que a Campanha da Legalidade de Brizola criou que nem nos apercebemos do inimigo ao nosso lado. Um inimigo que até posava de nacionalista.
Certo dia, inicio de 62, Belém é sacudida com a notícia de que agentes do DOPS tinham invadido o Sindicato dos Petroleiros e descoberto um formidável plano para criar núcleos guerrilheiros no Pará e na região. Como sabíamos da íntima ligação entre o serviço secreto do exército e o DOPS pensávamos que era mais uma espécie de atualização de cadastro. Uma atualização muito livre e aberta, em que gregos, troianos e até espartanos entravam na lista. Com a publicação do "dossier", um documento que nunca fez justiça ao talento ficcional de seu autor, mais voltado para terras encharcadas, descobrimos que os objetivos eram: imobilizar, atemorizar e desmobilizar a todos nós, além, é claro, de fazer média com os agentes da CIA que já andavam por lá às mancheias.
O principal alvo era o Partidão e suas lideranças mais jovens, como o Jinkings, Bené Monteiro e alguns outros. Segundo o coronel Jefferson Cardim, na época chefe do Estado-Maior da 8ª Região Militar, tudo tinha sido elaborado por um major da Segunda Secção, que trabalhava a paisano numa estatal. Processos foram abertos, entretanto, não posso dizer se houve ou não inquéritos legais, pois, nunca soube de ninguém que tenha sido ouvido. Mas, também, pouco importava, o Golpe veio logo em seguida e os nossos pesadelos se tornaram realidade.
Foi a partir de 1962, quando fui enviado para o Rio, que perdi o contato com Jinkings, só sabia dele por intermédio do Jocelyn ou do Humberto. Entretanto, na década de 1970, tornou-se o representante, correspondente e distribuidor do jornal "Crítica", do qual era comentarista de política internacional e assim, mesmo indiretamente voltamos a nos encontrar.
Este Blog embora honre e homenageie o Raimundo Antonio da Costa Jinkings, também rende homenagem a figuras como Serrão de Castro, Levy Hall de Moura, Acácio e Jocelyn Brasil. A todos a minha homenagem, o meu sincero agradecimento pelas lições e pela amizade que desfrutei.
Blog do Pedro Ayres  Sexta-feira, 2 de Novembro de 2007 

Quem sou eu

Pedro Ayres
Rio de Janeiro, Brasil
Sou jornalista, 69 anos, natural de Belém do Pará, onde teve início a minha vida profissional como jornalista e minhas lutas políticas. Hoje vivo no Estado do Rio de Janeiro. Desde os meus tempos de Belém que trabalho na imprensa, a "Província do Pará" foi o meu começo. No Rio de Janeiro, década 60 do século XX, além da vida universitária e militância na UNE continuei o meu trabalho como jornalista. "Última Hora", "Correio da Manhã" e "Veja" foram alguns dos periódicos que trabalhei por aqui no sudeste do país. Durante muitos anos a política e economia internacionais foram o meu dia-a-dia e acabaram por se transformar em preocupação e fonte de conhecimento. Por muito tempo colaborei com a "Reuters" e a partir de Buenos Aires fiz da América Latina o meu novo lar, a minha terra. Tive militância política e nos anos 70 do século passado, como comentarista de política e economia do semanário "Crítica", do Rio de Janeiro, vi e vivi diversas mudanças latino-americanas e nacionais. Hoje quero apenas ajudar no debate de um mundo novo possível. "O Trabalhador", o "Tribuna Socialista" e o "Espaço Democrático" foram os jornais que participei como militante político após 1980.
Pedro Ayres Pontes da Silva

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Muito nos honra uma homenagem tão sincera e bonita como a sua. É emocionante ver os velhos companheiros o homenageando. E ver também que deixou muitas sementes plantadas.
Há também homenagens de gente jovem como o Lauande (infelizmente morreu este ano) em seu blog e até algumas involuntárias como a de Vladimir Cunha- interessantíssima - que conta como se apaixonou por quadrinhos ao receber um de seu pai, quando procurava “livros contrabandeados de esquerda” que o “velho Jinkings” escondia entre os quadrinhos da perseguição das batidas policiais na livraria.
Obrigada por permitir que coloquemos sua postagem no Blog do Raimundo Jinkings.
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Leila, muito obrigado pela gentileza das duas respostas, o comentário e o e-mail. Sobre as atividades do Jinkings como jornalista, sei dele em Belém, nos jornais da família Maranhão. Já no Crítica, onde o Jocelyn escrevia sobre futebol, como Pedro Zamora, sei que ele mandou alguns textos sobre a região e sobre o Pará¡. O problema é que eu não morava no Brasil, embora volta-e-meia desse um jeito de entrar no país e vir ao Rio visitar a minha filha. Das vezes que conversei com o Gerardo de Mello Mourão, editor e dono do jornal, ele estava muito feliz e contente com o trabalho que o Jinkings fazia para distribuir e divulgar o jornal. Leila, como nunca me imaginei escrevendo autobiografia, quase nada tenho a respeito desse período, fora os poucos exemplares que estão na biblioteca da ABI e na coleção deixada pelo Gerardo, que é propriedade da família dele. O que posso te dizer sobre o Raimundo, é que era uma pessoa muito alegre escondida atrás de uma alta noção de responsabilidade. Embora atuássemos em setores distintos, graças à  Frente, originada de um Pacto Operário-Estudantil-Camponesa, tivemos muitos encontros, pois eu fui escolhido como secretário do Pacto e orador para apresentar as nossas propostas ao Governador Aurélio do Carmo. E foi a partir desse tipo de contato que passamos a ter uma relação de amizade que ultrapassava os limites da comum militância polí­tica. Como tínhamos muitos amigos em comum, como o Jocelyn, o Ruy Barata e o Mariano, a amizade ficou mais forte, embora sujeita aos desígnios do Partido em termos de convívio. JÃ quanto ao Jocelyn, que conheci por intermédio de meu pai, amigo do Cléo, foi uma relação de amizade intensa e crítica. Como este é o primeiro e-mail que te envio, deixo o resto para as tuas perguntas e questionamentos. Espero que me considere como alguém amigo nesta tua caminhada por dados sobre o Jinkings e Jocelyn.                                             
Um forte abraço do Pedro
PS: já fiz a correção do nome, grato por mais essa gentileza. E também pela música do Raul


Oi,
Queria te dar um toque sobre o Blog do Raimundo Jinkings. Tem várias postagens novas, queria que lesses.
E também o meu de fotos, dá uma olhada lá.
E mais o seguinte: O Raimundo Jinkings e o Jocelyn Brasil já constam na wikipedia.
Dê notícias, estamos por aqui acompanhando.


O MEU ADEUS AO CAMARADA JINKINGS
 Roberto Corrêa

Por maior que seja o nosso esforço, jamais conseguiríamos, com palavras, expressar o sentimento comum daqueles que tiveram o privilégio de conhecer e viver ao lado de Jinkings nestes últimos cinqüenta anos.
Conheci o camarada Jinkings no início da década de 60. A amizade e o companheirismo, no entanto, viriam mais tarde, no período que se seguiu ao golpe militar de 1964, quando Jinkings, após ser libertado pelos novos donos do poder, iniciou o trabalho de convencimento de todos aqueles que o procuravam, nos altos da Livraria Jinkings. Eram dezenas de estudantes, trabalhadores e sindicalistas que ali compareciam para ouvir e trocar idéias com um líder que pela capacidade inata de combinar a teoria e a prática, infundia o ânimo tão necessário para uma geração de jovens ávidos de justiça e liberdade.

Foi daquela cidadela da cultura política de expressão maior que surgiria a centelha da resistência democrática cuja trajetória todos conhecem e que se confunde com a trajetória da vida de Raimundo Jinkings.

Da luta pela anistia, a luta pela constituinte, a luta contra os decretos-lei de arrocho salarial, a luta pela legalização do PCB, a luta pelas eleições diretas, a luta em prol do socialismo, de todas participamos com o entusiasmo, graças a coragem, ao exemplo e a autoconfiança da liderança de Jinkings. Nossa admiração pelo líder sindical, pelo dirigente político, pelo amigo e pai de família viria a ser construída em cima dos exemplos grandes e pequenos da vida diária de um grande e corajoso humanista. Jinkings faz parte de uma minoria muito escassa de homens públicos, raros não somente nos dias atuais, mas em todos os tempos, em todas as épocas da história, sempre raros, porque são impares, são únicos, inconfundíveis.

A memória de Jinkings deve ser, portanto, o marco de uma época que influenciou o caráter de toda uma geração de políticos e, da qual, no Pará, ele foi centro. Foi Jinkings que, como alguns poucos no mundo, influenciou-nos decisivamente a tomar parte na aventura da “revolução”. Foi esse gigante de coragem, disciplina e de caráter que nos levou a acreditar nela e no Partido, esta organização, que por ser única em nossas vidas, nos fez escrever seu nome com o P maiúsculo e com o sufixo dão. Foi Jinkings que nos ensinou a ser porta-voz de uma filosofia transformadora do mundo. Foi Jinkings que nos ensinou a entender que “enquanto durar o tempo da desigualdade e da necessidade, nossa luta por liberdade será apenas o intervalo de uma luta maior, a luta pela igualdade”.

Este é o nosso legado, camarada Jinkings. Este é o legado que deixas para toda uma geração. Descansa em paz. Leva contigo a certeza de que a semente plantada germinará para sempre em nossos corações e teus ensinamentos ecoarão nas mentes das futuras gerações de combatentes da classe operária!

_____________________
#PedroAyres ; #RobertoCorreia ; #AmarílisTupiassú ;  #SalomãoLaredo ; #ErnaniChaves

8 comentários:

Sônia Freitas disse...


Sônia de Freitas
Graças ao Jinkings tivemos acesso ao melhor da Literatura Nacional e Internacional.
31 de março às 17:20 no facebook



Jose Marcos Araujo disse...

José Marcos Araujo Araujo:
Como não curtir uma pagina que lembra o Raimundo Jinkings? Um grande cara, sempre respeitou as diferencas, escutava. É pra curtir, compartilhar e guardar no lado esquerdo do peito.
(no facebook, 31 de março de 2014)

Claudio Alfonso disse...

Parte da biblioteca do camarada Raimundo JINKINGS

Moronguetá : Os livros e alguns objetos da biblioteca...
morongueta.tumblr.com
Os livros e alguns objetos da biblioteca particular do livreiro Raimundo Jinkings já estão com o Memorial do Livro Moronguetá. O seu acervo logo integrará as estantes do Projeto.

(no facebook, dezembro de 2013)

Claudio Alfonso disse...

Parte da biblioteca do camarada Raimundo JINKINGS

Moronguetá : Os livros e alguns objetos da biblioteca...
morongueta.tumblr.com
Os livros e alguns objetos da biblioteca particular do livreiro Raimundo Jinkings já estão com o Memorial do Livro Moronguetá. O seu acervo logo integrará as estantes do Projeto.

(no facebook, dezembro de 2013)

Ana Paula Jinkings disse...

Ana Paula Jinkings
lembra muito meu avo que se chamava Wademiro morava no maranhaõ e veio pra são paulo


Isa Jinkings disse...

Era seu irmão mais velho. Um abraço, Ana Paula.

zehma disse...

O velho Raimundo Jinkings, livreiro, conheci o socialismo remexendo os livros de suas bancas ...

zehma disse...

o velho Raimundo Jinkings, o livreiro; conheci o socialismo remexendo os livros de suas bancas ...